Tuesday, December 30, 2003
6 MESES.
Faz hoje 6 meses que este Blog começou. O inexperiente primeiro post assim rezava:
O Primeiro
Eis o primeiro post deste blog. Por enquanto ainda sem assunto, ainda à experiência.
Fica então adiado para o próximo post um blog com mais conteúdo.
6 meses depois de ter postado pela primeira vez na vida, de ter iniciado o que ainda não sei como acabará, posso dizer que o Blog-sem-Nome foi e é (e espero que continue a ser) uma aposta ganha, pelo menos pessoalmente. Nada se perdeu, muito se transformou, muito se ganhou, muito se aprendeu, e muito se discutiu. Foram 6 meses em que escrever foi apenas um prazer para qualquer dos bloggers desta casa, cada um deles no seu estilo de escrita, na sua intervenção, nas suas constatações ou preocupações ou mesmo deambulações.
6 meses em que tivémos 5.000 visitas e 8.500 páginas, mostram bem que não temos muitos leitores, mas que os que temos são fiéis, e a esses devemos estes números. São números que em todo o caso ficam acima dos nossos discretos objectivos.
Foram também acrescentados mais alguns blogs aos links à direita, blogs que já eram lidos diariamente e ainda não estavam aqui linkados, por falta de tempo para mexer no template. Está feita a justiça.
Mais não havendo a dizer por ora, resta apenas escrever:
- Obrigado leitores.
- À blogosfera e aos restantes leitores, o melhor ano possível de 2004.
O Primeiro
Eis o primeiro post deste blog. Por enquanto ainda sem assunto, ainda à experiência.
Fica então adiado para o próximo post um blog com mais conteúdo.
6 meses depois de ter postado pela primeira vez na vida, de ter iniciado o que ainda não sei como acabará, posso dizer que o Blog-sem-Nome foi e é (e espero que continue a ser) uma aposta ganha, pelo menos pessoalmente. Nada se perdeu, muito se transformou, muito se ganhou, muito se aprendeu, e muito se discutiu. Foram 6 meses em que escrever foi apenas um prazer para qualquer dos bloggers desta casa, cada um deles no seu estilo de escrita, na sua intervenção, nas suas constatações ou preocupações ou mesmo deambulações.
6 meses em que tivémos 5.000 visitas e 8.500 páginas, mostram bem que não temos muitos leitores, mas que os que temos são fiéis, e a esses devemos estes números. São números que em todo o caso ficam acima dos nossos discretos objectivos.
Foram também acrescentados mais alguns blogs aos links à direita, blogs que já eram lidos diariamente e ainda não estavam aqui linkados, por falta de tempo para mexer no template. Está feita a justiça.
Mais não havendo a dizer por ora, resta apenas escrever:
- Obrigado leitores.
- À blogosfera e aos restantes leitores, o melhor ano possível de 2004.
Tuesday, December 23, 2003
Sol de Inverno.
Provavelmente já repararam: o dia de hoje é dos mais bonitos do ano. Aqui em Lisboa, o Mar da Palha brilha com um brilho raro, reflexo do sol baixo desta proximidade do solstício. A temperatura é fria, o ar seco, a manhã límpida; há menos carros a circular, logo menos poluição, logo mais limpidez e claridade. Sem dúvida, uma das manhãs mais bonitas do ano, com sol desde as 07:51, e com o último raio marcado para as 17:19. (Humidade relativa de 56%, em Lisboa). Como é bom o inverno assim.
Duvido que volte a postar até ao Natal, por isso aqui fica o meu desejo de um bom Natal a todos os leitores deste Blog. Bem-hajam.
Duvido que volte a postar até ao Natal, por isso aqui fica o meu desejo de um bom Natal a todos os leitores deste Blog. Bem-hajam.
Thursday, December 18, 2003
E mais uma vez.
Para quem não leu da última vez, CAA (como eu lhe dou tanta razão) do Mata-Mouros volta a postar o tão verdadeiro Para os meus amigos sportinguistas.
Meus amigos: o que eu vejo quando me sento em Alvalade é aquilo mesmo. Nem mais, nem menos.
Meus amigos: o que eu vejo quando me sento em Alvalade é aquilo mesmo. Nem mais, nem menos.
AHAHAHHAHAHA
Desculpem-me falar de futebol outra vez, mas o que vi ontem foi tão indigno, tão miserável, tão pobre, tão ridículo, tão triste, tão vergonhoso. Que fúria!!!!!!!!
Miséria, engenheiro Santos, a equipa apresentada.
Olhe, Sr. Eng., nem tenho mais palavras. Vá passar o Natal a casa. E fique.
E eu bem sei que sem omoletes não se fazem ovos, e que aquele plantel com média etária de 40 anos e todos os vícios do mundo, não é propriamente magnífico. Tenha um acto de coragem, reforme os Bentos, os Pintos, e outros que tais. Reforma antecipada. Mais não fazem do que tristes finais de carreira (João Pinto é fintado sistematicamente da mesma forma há 3 meses, em TODOS os jogos - perde todas as bolas ao 2º toque; Sá Pinto faz pena em campo; Paulo Bento com medo de disputar bolas) e minar o balneário.
E não mexa em equipa vencedora. Que patchwork foi aquele que fez ontem??? Pode saber-se??? A equipa de ontem fez-me lembrar as equipas de treinos: a equipa titular é dividida a meio e os restantes lugares ocupados pelo plantel suplente. Depois fazem a típica peladinha, metade com camisola azul, outra metade de amarelo. Os jornais tiram fotografias, e os amarelos ganham por 6-3. Jogam todos muito bem, nessas peladinhas. Só isso.
Uma última palavra: parabéns, ao Vitória de Setúbal, foi jogar futebol e saiu com uma vitória mais do que merecida. Aliás, nem foi difícil.
Miséria, engenheiro Santos, a equipa apresentada.
Olhe, Sr. Eng., nem tenho mais palavras. Vá passar o Natal a casa. E fique.
E eu bem sei que sem omoletes não se fazem ovos, e que aquele plantel com média etária de 40 anos e todos os vícios do mundo, não é propriamente magnífico. Tenha um acto de coragem, reforme os Bentos, os Pintos, e outros que tais. Reforma antecipada. Mais não fazem do que tristes finais de carreira (João Pinto é fintado sistematicamente da mesma forma há 3 meses, em TODOS os jogos - perde todas as bolas ao 2º toque; Sá Pinto faz pena em campo; Paulo Bento com medo de disputar bolas) e minar o balneário.
E não mexa em equipa vencedora. Que patchwork foi aquele que fez ontem??? Pode saber-se??? A equipa de ontem fez-me lembrar as equipas de treinos: a equipa titular é dividida a meio e os restantes lugares ocupados pelo plantel suplente. Depois fazem a típica peladinha, metade com camisola azul, outra metade de amarelo. Os jornais tiram fotografias, e os amarelos ganham por 6-3. Jogam todos muito bem, nessas peladinhas. Só isso.
Uma última palavra: parabéns, ao Vitória de Setúbal, foi jogar futebol e saiu com uma vitória mais do que merecida. Aliás, nem foi difícil.
Wednesday, December 17, 2003
A propósito.
A propósito destes posts do Tiago (TMM), sobre direita e esquerda, sobre a qualidade dos media, encontrei uma sátira de cabaret berlinense dos golden twenties, ao tempo da República de Weimar. Lê-se num instante e é bastante elucidativo acerca das perspectivas que diferentes políticas têm do mesmo acontecimento. Aqui fica:
Berlin , Freichheit, September 1929
Sketch by Robitschek - the stage is set by the conférencier, who explains that the audience is about to hear how each of the Berlin newspapers would report the minor incident of a collision between a bicycle and a dog:
The optimistically liberal Berliner Tageblatt claimed that "dog and bicyclist race along the Kurfürstendamm, they hurry - despite a little scratch here and there - towards the brilliant future of the German republic". The pessimistically liberal Vossische Zeitung complained that the appearance of red blood on a black dog with white spots turned the incident into an expression of reactionary politics; it called for more laws to defend the republic. The nationalist Lokal-Anzeiger claimed that "a foreign bicyclist ran over the dog of a retired general. Fifteen years ago the german people would have stood up as one body and would have swept the bicyclist away with ringing manly fury, but today our faithfull dogs lie limply on the ground, shattered by the Treaty of Versailles". The Communist Rote Fahne reported: "On the Kurfürstendamm, that pompous boulevard of satiated capitalism on which the proletarian revolution will march against the imperialists in the very near future, a dog attacked a simple proletarian bicyclist!!!!! That's how it starts! First one dog attacks a single bicyclist, then all dogs unite agains Soviet Union!" Finally, the Nazi Völkischer Beobachter asserted: "Once more one of our party comrades has been attacked from behind in the dark of night by a bow-legged, flat-footed dachshund. Bow-legged - that betrays the true race of these eastern Jewish pets, with their sagging ears and curls, who suck the marrow of our countrymen and steal the bones from under the noses of our German shepherds. Tomorrow our Führer Adolf Hitler will speak in the sports palace about this national affair. Party comrades should appear in simple battle dress, with hand grenades and flamethrowers."
Berlin , Freichheit, September 1929
Sketch by Robitschek - the stage is set by the conférencier, who explains that the audience is about to hear how each of the Berlin newspapers would report the minor incident of a collision between a bicycle and a dog:
The optimistically liberal Berliner Tageblatt claimed that "dog and bicyclist race along the Kurfürstendamm, they hurry - despite a little scratch here and there - towards the brilliant future of the German republic". The pessimistically liberal Vossische Zeitung complained that the appearance of red blood on a black dog with white spots turned the incident into an expression of reactionary politics; it called for more laws to defend the republic. The nationalist Lokal-Anzeiger claimed that "a foreign bicyclist ran over the dog of a retired general. Fifteen years ago the german people would have stood up as one body and would have swept the bicyclist away with ringing manly fury, but today our faithfull dogs lie limply on the ground, shattered by the Treaty of Versailles". The Communist Rote Fahne reported: "On the Kurfürstendamm, that pompous boulevard of satiated capitalism on which the proletarian revolution will march against the imperialists in the very near future, a dog attacked a simple proletarian bicyclist!!!!! That's how it starts! First one dog attacks a single bicyclist, then all dogs unite agains Soviet Union!" Finally, the Nazi Völkischer Beobachter asserted: "Once more one of our party comrades has been attacked from behind in the dark of night by a bow-legged, flat-footed dachshund. Bow-legged - that betrays the true race of these eastern Jewish pets, with their sagging ears and curls, who suck the marrow of our countrymen and steal the bones from under the noses of our German shepherds. Tomorrow our Führer Adolf Hitler will speak in the sports palace about this national affair. Party comrades should appear in simple battle dress, with hand grenades and flamethrowers."
Tuesday, December 16, 2003
Caro Senhor Fernando Viegas, do blog Almariado:
O seu comportamento pouco digno, o facto vil e cobarde de retirar um post em que me acusava de ser amigo de Saddam Hussein, e em que me chamava claramente conotado com a esquerda, entre outras boçalidades avulsas, levam-me a dar por terminada, pela minha parte, qualquer hipotética conversa ou discussão com o Senhor. Dou-lhe de boa vontade a última palavra, à qual não responderei. Não queira importunar mais com os seus dislates os leitores deste Blog, por quem deveria ter respeito - uma vez que pelos autores já provou não ter.
Cumprimentos,
F.M.A.
Post scriptum: ao seu almariado algarvio só encontro semelhança no português:
almareado - adj. (de almarear) diz-se de pessoa perturbada, com as faculdades pouco lúcidas. Agoniado, enjoado. Embaciado, baço (referindo-se a metais), in Grande Dicionário da Língua Portuguesa, da Sociedade de Língua Portuguesa.
Cumprimentos,
F.M.A.
Post scriptum: ao seu almariado algarvio só encontro semelhança no português:
almareado - adj. (de almarear) diz-se de pessoa perturbada, com as faculdades pouco lúcidas. Agoniado, enjoado. Embaciado, baço (referindo-se a metais), in Grande Dicionário da Língua Portuguesa, da Sociedade de Língua Portuguesa.
Monday, December 15, 2003
Saddam Hussein ou Leitores na diagonal.
Sou o único destes bloggers que ainda não falou aqui de Saddam Hussein. Compreendo que para quem não me conheça, não seja completamente óbvio que rejubilo com a prisão deste facínora. É algo tão natural para mim, que na minha ingénua distracção não me passa pela cabeça que haja quem possa achar o contrário. Mas há. Acredito que não seja por mal.
JCD do Jaquinzinhos faz um apanhado hilariante de vários comentários de certa gauche anti-guerra, anti-americana, anti-capitalismo, anti-liberal, enfim, anti-tanta-coisa. Mas junta uma frase do TMM, deste blog, no mesmo saco. Admitamos, é suspeito. Mas é uma questão de ler direitinho o que lá está escrito: Um resumo de alguma luso-blogosfera numa manhã de Domingo. E antes de citar TMM: Sem hipocrisias.
Se há coisa em que não concordo com TMM (facto visível a quem leia este blog), é na sua perseguição a George W. Bush. Confesso que acho o ser um pouco caricato, mas nada mais de especial. Não é novidade nenhuma ter 1 ex-alcoólico como presidente da república (a Europa foi pioneira nisso), e ainda não me conseguiram convencer que um perfeito anormal (ou alguém completamente louco ou cerebralmente vegetativo) chega a presidente dos USA. Em todo o caso, continuo à espera de argumentos (Michael Moore não me convence porque solta umas mentiras avulsas pelo meio, e exagera - porém, é lúdico).
No que toca à guerra, para que conste, estive e estou de acordo. Como mais ainda estive no caso do Afeganistão. Vejam-se as últimas notícias do Afeganistão, e imediatamente se vê que sem aquela guerra tudo estaria na mesma. Por causa dessa mesma guerra discutem-se lá, e agora, os direitos das mulheres da sociedade afegã. E é nestas alturas que eu tanto aprecio o silêncio daqueles que não se calavam durante a guerra, daqueles que esbracejavam argumentos contra, dos que empunhavam cartazes. Quero ver o que dirão quando daqui a um par de anos o Iraque exportar normalmente e aplicar essas divisas a desenvolver o país.
Voltando ao post em Jaquinzinhos (que é a meu ver um dos melhores blogs nacionais), lamento que haja quem o tenha lido na diagonal, e posto tudo no mesmo saco. E logo autores de Blogs de que gosto bastante. Caros Pedros, qualquer um dos 3 bloggers desta casa está longe de ser um lunático do Bloco de Esquerda (definição efectivamente correcta, mas que não se aplica neste caso), ou teve uma reacção menos contente. Antes pelo contrário. Acredito que a leitura apressada tenha gerado conclusões apressadas. O que já não é o caso deste senhor, que nem na diagonal leu, ou então tem problemas de interpretação de português. Caro Fernando, chamar-me claramente conotado com a esquerda, e falar de anti-americanismo primário, é ofensivo. É claramente ofensivo, é dizer qualquer coisa por dizer. Faça uma coisa, vá lá ler o post de TMM outra vez, e outra, e outra ainda, até entender o que ele diz. Para rematar em beleza, chama-me amigo de Saddam no título do seu post, o que é de um mau gosto atroz.
Last but not least, houve quem entendesse o que TMM queria dizer, e a esses aqui fica também a referência.
JCD do Jaquinzinhos faz um apanhado hilariante de vários comentários de certa gauche anti-guerra, anti-americana, anti-capitalismo, anti-liberal, enfim, anti-tanta-coisa. Mas junta uma frase do TMM, deste blog, no mesmo saco. Admitamos, é suspeito. Mas é uma questão de ler direitinho o que lá está escrito: Um resumo de alguma luso-blogosfera numa manhã de Domingo. E antes de citar TMM: Sem hipocrisias.
Se há coisa em que não concordo com TMM (facto visível a quem leia este blog), é na sua perseguição a George W. Bush. Confesso que acho o ser um pouco caricato, mas nada mais de especial. Não é novidade nenhuma ter 1 ex-alcoólico como presidente da república (a Europa foi pioneira nisso), e ainda não me conseguiram convencer que um perfeito anormal (ou alguém completamente louco ou cerebralmente vegetativo) chega a presidente dos USA. Em todo o caso, continuo à espera de argumentos (Michael Moore não me convence porque solta umas mentiras avulsas pelo meio, e exagera - porém, é lúdico).
No que toca à guerra, para que conste, estive e estou de acordo. Como mais ainda estive no caso do Afeganistão. Vejam-se as últimas notícias do Afeganistão, e imediatamente se vê que sem aquela guerra tudo estaria na mesma. Por causa dessa mesma guerra discutem-se lá, e agora, os direitos das mulheres da sociedade afegã. E é nestas alturas que eu tanto aprecio o silêncio daqueles que não se calavam durante a guerra, daqueles que esbracejavam argumentos contra, dos que empunhavam cartazes. Quero ver o que dirão quando daqui a um par de anos o Iraque exportar normalmente e aplicar essas divisas a desenvolver o país.
Voltando ao post em Jaquinzinhos (que é a meu ver um dos melhores blogs nacionais), lamento que haja quem o tenha lido na diagonal, e posto tudo no mesmo saco. E logo autores de Blogs de que gosto bastante. Caros Pedros, qualquer um dos 3 bloggers desta casa está longe de ser um lunático do Bloco de Esquerda (definição efectivamente correcta, mas que não se aplica neste caso), ou teve uma reacção menos contente. Antes pelo contrário. Acredito que a leitura apressada tenha gerado conclusões apressadas. O que já não é o caso deste senhor, que nem na diagonal leu, ou então tem problemas de interpretação de português. Caro Fernando, chamar-me claramente conotado com a esquerda, e falar de anti-americanismo primário, é ofensivo. É claramente ofensivo, é dizer qualquer coisa por dizer. Faça uma coisa, vá lá ler o post de TMM outra vez, e outra, e outra ainda, até entender o que ele diz. Para rematar em beleza, chama-me amigo de Saddam no título do seu post, o que é de um mau gosto atroz.
Last but not least, houve quem entendesse o que TMM queria dizer, e a esses aqui fica também a referência.
Ainda Alcântara.
Que me desculpe o leitor pelo repisar destas uvas, mas estou atrasado e ficou isto por dizer. Quando há dias atrás publiquei uma fotografia da maquete (manhosa, mas isso é pessoal) da torres de Siza (aliás, da imobiliária, Siza é apenas o arquitecto), o nosso leitor Marco, ofereceu-nos uma fotomontagem das mesmas torres em Hong Kong. Ora, meu caro Marco, brincar às cidades é tão mais fácil em fotomontagem, não é? Que divertido, colar as torres em Hong Kong! Agora, já que o Marco domina tão bem a arte do photoshop, sugeria que deixasse de ser pernicioso, e nos brindasse com as mesmas torres no sítio para onde são planeadas, vistas ali da outra banda, ou do meio da ponte, ou de um cacilheiro. Vá lá, em photoshop é coisita para menos de 5 minutos. E pelo menos sempre brincamos com o exemplo real.
2ª-feira.
De volta ao espaço blogosférico.
Template de novo arranjado, via telefone, a mais de 300 km, durante o fim de semana. Acabei por descobrir o problema.
Bastante que fazer, pouco tempo para postar.
Mas tempo (espero) para umas breves nótulas.
Template de novo arranjado, via telefone, a mais de 300 km, durante o fim de semana. Acabei por descobrir o problema.
Bastante que fazer, pouco tempo para postar.
Mas tempo (espero) para umas breves nótulas.
Friday, December 12, 2003
PEDE-SE AJUDA...
...A QUEM PERCEBA mais do que eu de html.
Não consigo pôr o template como estava, e comparando-o com um original não há diferenças que saltem à vista.
Alguém sabe se este erro é habitual? Alguém sabe como corrigir este afunilar do texto?
Alguém pode ajudar? Desde já se agradece toda a ajuda...
Não consigo pôr o template como estava, e comparando-o com um original não há diferenças que saltem à vista.
Alguém sabe se este erro é habitual? Alguém sabe como corrigir este afunilar do texto?
Alguém pode ajudar? Desde já se agradece toda a ajuda...
Avaria.
Já nos apercebemos da avaria no template deste blog.
O dia de hoje é complicado em termos de trabalho, mas tentaremos tão breve quanto possível corrigir o erro.
Até lá, o melhor é ler só os posts mais recentes.
O dia de hoje é complicado em termos de trabalho, mas tentaremos tão breve quanto possível corrigir o erro.
Até lá, o melhor é ler só os posts mais recentes.
Wednesday, December 10, 2003
O Véu - Emigrantes e Imigrantes.
J.P.P. fala hoje sobre o Véu islâmico, a burkha, motivo de notícias nos últimos tempos nalguns países Europeus, com especial destaque para a França e a Alemanha. Um pouco acima do post onde emite o seu juízo, expõe também cartas de leitores, cuja leitura mais informa, mais enriquece. A páginas tantas, J.P.P., diz-nos que uma parte da comunidade muçulmana exige regras de atendimento que "respeitem" os seus valores religiosos. O Le Monde tem um caderno especial sobre este assunto.
Mas a dúvida que me fica é esta: uma parte de uma comunidade emigrante "EXIGE" de um país que a recebe? Pode "exigir", a quem abre as portas? -São perguntas minhas, dúvidas que eu tenho.
Também eu já vivi no estrangeiro, embora nunca num país de tradição religiosa tão distante da minha quanto o islamismo está do cristianismo. Em todo o caso, enquanto emigrante, o que tentei, foi, não descurando as minhas raízes, integrar-me e deixar-me absorver a cultura de quem me recebe. Sobretudo, e acima de tudo, não a atacar, vilipendiar, menosprezar, como creio que deve fazer todo aquele que está num país que não é o seu. Humildade, e respeito, porque afinal, ninguém é obrigado a estar em determinado país que não o seu. Pode sempre escolher outro, que melhor satisfaça as suas necessidades, aquilo que procura, sem entrar em conflito, sem arranhar a cultura de quem recebe. Sem provocação.
Porque não tenho dúvidas de que a emigração pode enriquecer ambos os intervenientes, o emigrante e o país receptor, creio simultaneamente que este enriquecimento só se dá quando há vontade de ambas as partes. O país de permitir imigração e promover a integração dos seus imigrantes, e os emigrantes de estarem na disposição de aceitar as regras desse país, de as respeitarem.
Quando vivi em Berlin, pude estar próximo de uma enorme comunidade de imigrantes, os turcos. Berlin é a cidade do mundo inteiro que maior número de turcos reúne, fora da Turquia. Está para a Turquia um pouco como Paris para Portugal. No caso de Berlin, a grande maioria destes turcos vive em Kreuzberg, um dos distritos da cidade que embora estando geograficamente a sul do centro, pertencia a Berlim Ocidental. Nada a comparar com bairros do Jamor, banlieus, ou bidon-villes. Há toda uma explicação aqui,disponível em inglês, especialmente sobre determinada área de Kreuzberg, a Kottbusser Tor. É importante ainda aqui, salientar que a comunidade turca é bem acolhida pelos Berliners, tendo junto deles uma imagem positiva e de mais-valia para a cidade.
Falo aqui de Kreuzberg porque esta discussão actual sobre tolerância, tradições islâmicas, laicidade, me traz à memória um episódio passado onde surge Kreuzberg. Há mais ou menos 2 anos, conheci, em Avignon, 2 raparigas dinamarquesas. Apresentaram-se como dinamarquesas, algum tempo depois explicaram que eram a 2ª geração de emigrantes turcos em Copenhaga, mas nascidas e criadas na Dinamarca. Quando souberam que eu vinha de Berlin, inevitavelmente a conversa foi parar a Kreuzberg. E ainda bem. Fiquei por elas a saber algumas coisas interessantes:
- que a vida dos turcos em Kreuzberg é tão controlada por outros turcos que é quase igual a estarem na Turquia, em termos de liberdades individuais;
- que estavam gratas pelo facto de os seus Pais terem emigrado para Copenhaga e não para Berlin, pelo facto de terem a liberdade de fazerem tudo o que normalmente se pode fazer, de a comunidade turca em Copenhaga ser pequena, liberal e integrada na população geral;
- que, pelo facto de estarem tão integradas no país onde nasceram, nem falavam 100% correctamente turco, a ponto serem ostracizadas quando iam à Turquia de férias;
- que embora tendo raízes turcas, não podiam deixar de se sentir dinamarquesas na plenitude, pois eram-no cultural e constitucionalmente;
Esta conversa ensinou-me. Nesta conversa aprendi alguma coisa sobre as comunidades de emigrantes, sobre segregação, sobre integração, sobre rejeição, sobre como funcionam as ditas comunidades, sobre as burkhas, sobre as tradições... pareceu-me, sabem, esclarecedora, sem querer generalizar.
Mas a dúvida que me fica é esta: uma parte de uma comunidade emigrante "EXIGE" de um país que a recebe? Pode "exigir", a quem abre as portas? -São perguntas minhas, dúvidas que eu tenho.
Também eu já vivi no estrangeiro, embora nunca num país de tradição religiosa tão distante da minha quanto o islamismo está do cristianismo. Em todo o caso, enquanto emigrante, o que tentei, foi, não descurando as minhas raízes, integrar-me e deixar-me absorver a cultura de quem me recebe. Sobretudo, e acima de tudo, não a atacar, vilipendiar, menosprezar, como creio que deve fazer todo aquele que está num país que não é o seu. Humildade, e respeito, porque afinal, ninguém é obrigado a estar em determinado país que não o seu. Pode sempre escolher outro, que melhor satisfaça as suas necessidades, aquilo que procura, sem entrar em conflito, sem arranhar a cultura de quem recebe. Sem provocação.
Porque não tenho dúvidas de que a emigração pode enriquecer ambos os intervenientes, o emigrante e o país receptor, creio simultaneamente que este enriquecimento só se dá quando há vontade de ambas as partes. O país de permitir imigração e promover a integração dos seus imigrantes, e os emigrantes de estarem na disposição de aceitar as regras desse país, de as respeitarem.
Quando vivi em Berlin, pude estar próximo de uma enorme comunidade de imigrantes, os turcos. Berlin é a cidade do mundo inteiro que maior número de turcos reúne, fora da Turquia. Está para a Turquia um pouco como Paris para Portugal. No caso de Berlin, a grande maioria destes turcos vive em Kreuzberg, um dos distritos da cidade que embora estando geograficamente a sul do centro, pertencia a Berlim Ocidental. Nada a comparar com bairros do Jamor, banlieus, ou bidon-villes. Há toda uma explicação aqui,disponível em inglês, especialmente sobre determinada área de Kreuzberg, a Kottbusser Tor. É importante ainda aqui, salientar que a comunidade turca é bem acolhida pelos Berliners, tendo junto deles uma imagem positiva e de mais-valia para a cidade.
Falo aqui de Kreuzberg porque esta discussão actual sobre tolerância, tradições islâmicas, laicidade, me traz à memória um episódio passado onde surge Kreuzberg. Há mais ou menos 2 anos, conheci, em Avignon, 2 raparigas dinamarquesas. Apresentaram-se como dinamarquesas, algum tempo depois explicaram que eram a 2ª geração de emigrantes turcos em Copenhaga, mas nascidas e criadas na Dinamarca. Quando souberam que eu vinha de Berlin, inevitavelmente a conversa foi parar a Kreuzberg. E ainda bem. Fiquei por elas a saber algumas coisas interessantes:
- que a vida dos turcos em Kreuzberg é tão controlada por outros turcos que é quase igual a estarem na Turquia, em termos de liberdades individuais;
- que estavam gratas pelo facto de os seus Pais terem emigrado para Copenhaga e não para Berlin, pelo facto de terem a liberdade de fazerem tudo o que normalmente se pode fazer, de a comunidade turca em Copenhaga ser pequena, liberal e integrada na população geral;
- que, pelo facto de estarem tão integradas no país onde nasceram, nem falavam 100% correctamente turco, a ponto serem ostracizadas quando iam à Turquia de férias;
- que embora tendo raízes turcas, não podiam deixar de se sentir dinamarquesas na plenitude, pois eram-no cultural e constitucionalmente;
Esta conversa ensinou-me. Nesta conversa aprendi alguma coisa sobre as comunidades de emigrantes, sobre segregação, sobre integração, sobre rejeição, sobre como funcionam as ditas comunidades, sobre as burkhas, sobre as tradições... pareceu-me, sabem, esclarecedora, sem querer generalizar.
Post a dois.
Se parou por aqui, prezado leitor, avance até ao post seguinte e não perca o seu tempo a ler este disparate. Este post foi escrito por GPT e FMA, em animada noite de copos, no último fim de semana, e por motivos de logística, só hoje dado a conhecer ao mundo. Por ter sido previamente decidido, é postado.
GPT – Em noite de copos. Claro, que mais. À Lisboa, como se diz em estrangeiro. Mas vamos publicar. E porque não? Passo a bola (bola? Que raio, só agora me lembro que empatámos 2:2, mudemos). Passo a trouxa (trouxa? ridículo).
FMA – Bem, boa noite. Tinha já algumas merdas na cabeça para escrever, mas o simples facto de ter lido o que o GPT escreveu antes, pura e simplesmente, bloqueou-me. Saco do guia de MOCKBA para poder escrever sobre suporte + sólido, já que estou sentado na minha buterfly chair. Entretanto, o gajo queixa-se, por isso vou passar testemunho. Mas, pronto!, não vou ler a sua próxima oração, para me concentrar naquilo que queria escrever antes. A bientot.
GPT – Ainda traumatizado pela trouxa, onde raio terei eu ido buscar aquilo?! E o gajo acaba a deixa em estrangeiro! (lá está o estrangeiro outra vez, parece cisma...) Bem, lá sai mais um gole. Vodca. Gosto sim. Mas agora pede-se algo esclarecedor, lance-se alguma luz sobre o assunto, faça-se Lux!
FMA – Agora sem ler o que GPT acaba de escrever, voltamos ao ponto base. Resumidamente: TMM e GPT fizeram uma troca durante este long weekend. TMM rumou ao seu Norte, que vê com olhos tristes, GPT rumou ao Sul, mais concretamente à capital, onde se encontra instalado na pensão FMA, às Janelas Verdes. Bebe vodka. E também eu, mas com tónica. Mostro-lhe (incorrecto, faço-o escutar) Brian Wilson ao vivo no Roxy Theatre, a única Love and Mercy. Delira, pede nova escuta. Não conhecia. Para que conste, jantámos um pargo assado com batatas, por mim cozinhado, sobre o qual ele fará a devida avaliação. Rematámos com Jameson como digestivo. A dopo, passámos à vodka, já que o Jameson era finito. Falámos sobretudo de gajas, da nossa atitude, de sermos uns românticos, de sermos Julien’s Sorel’s e Fabrizio’s del Dongo, falámos do Ulisses de Joyce, falámos enfim de tanta coisa. Acabámos com um medo, de sermos vencidos da vida. Seguindo o subtil conselho do Eça. Tudo à partida, nada à chegada. Enfim, a vida é longa; não me quero alargar. Agora outra música.
GPT – O gajo acima, FMA, escreve sem ler o que eu escrevo.Meu amigo, eu também sou capaz, só mais um gole. Glú, glú. Isso foram dois. Glu. Três. Foste. Era uma vez. E eu sentado em cima de esferovite, pouf de. Que mais hei-de escrever. São 4 e um quarto da manhã, lembra-me o gajo. Seja. Que mais há a acrescentar? Nada. Glu.
FMA – Genial, meu Amigo. Agora, para de bater palmas ao Wilson, e fala do pargo.
GPT – Pargo? Glu!
FMA – Acaba-se. Siga! Lux!
GPT – Em noite de copos. Claro, que mais. À Lisboa, como se diz em estrangeiro. Mas vamos publicar. E porque não? Passo a bola (bola? Que raio, só agora me lembro que empatámos 2:2, mudemos). Passo a trouxa (trouxa? ridículo).
FMA – Bem, boa noite. Tinha já algumas merdas na cabeça para escrever, mas o simples facto de ter lido o que o GPT escreveu antes, pura e simplesmente, bloqueou-me. Saco do guia de MOCKBA para poder escrever sobre suporte + sólido, já que estou sentado na minha buterfly chair. Entretanto, o gajo queixa-se, por isso vou passar testemunho. Mas, pronto!, não vou ler a sua próxima oração, para me concentrar naquilo que queria escrever antes. A bientot.
GPT – Ainda traumatizado pela trouxa, onde raio terei eu ido buscar aquilo?! E o gajo acaba a deixa em estrangeiro! (lá está o estrangeiro outra vez, parece cisma...) Bem, lá sai mais um gole. Vodca. Gosto sim. Mas agora pede-se algo esclarecedor, lance-se alguma luz sobre o assunto, faça-se Lux!
FMA – Agora sem ler o que GPT acaba de escrever, voltamos ao ponto base. Resumidamente: TMM e GPT fizeram uma troca durante este long weekend. TMM rumou ao seu Norte, que vê com olhos tristes, GPT rumou ao Sul, mais concretamente à capital, onde se encontra instalado na pensão FMA, às Janelas Verdes. Bebe vodka. E também eu, mas com tónica. Mostro-lhe (incorrecto, faço-o escutar) Brian Wilson ao vivo no Roxy Theatre, a única Love and Mercy. Delira, pede nova escuta. Não conhecia. Para que conste, jantámos um pargo assado com batatas, por mim cozinhado, sobre o qual ele fará a devida avaliação. Rematámos com Jameson como digestivo. A dopo, passámos à vodka, já que o Jameson era finito. Falámos sobretudo de gajas, da nossa atitude, de sermos uns românticos, de sermos Julien’s Sorel’s e Fabrizio’s del Dongo, falámos do Ulisses de Joyce, falámos enfim de tanta coisa. Acabámos com um medo, de sermos vencidos da vida. Seguindo o subtil conselho do Eça. Tudo à partida, nada à chegada. Enfim, a vida é longa; não me quero alargar. Agora outra música.
GPT – O gajo acima, FMA, escreve sem ler o que eu escrevo.Meu amigo, eu também sou capaz, só mais um gole. Glú, glú. Isso foram dois. Glu. Três. Foste. Era uma vez. E eu sentado em cima de esferovite, pouf de. Que mais hei-de escrever. São 4 e um quarto da manhã, lembra-me o gajo. Seja. Que mais há a acrescentar? Nada. Glu.
FMA – Genial, meu Amigo. Agora, para de bater palmas ao Wilson, e fala do pargo.
GPT – Pargo? Glu!
FMA – Acaba-se. Siga! Lux!
Deco? Português? Quem???
Esta resposta era um comment ao post imediatamente abaixo, do Tiago, mas por ser longa não coube, por isso aqui fica, ainda que mal estruturada.
Sem qualquer tipo de racismo ou outro ismo qualquer. Não gosto de ter 1 jogador estrangeiro na selecção portuguesa. O que (estrangeiros) não tem nada a ver com jogadores das nossas antigas províncias ultramarinas. Algo para que sempre estive mentalizado, foi exactamente o acabar desses jogadores na selecção nacional, uma vez que a distância temporal sobre a descolonização se alarga, e é de todo natural que eles joguem pelos seus países de origem. (como exemplo, Paíto, um jogador novo que joga pela selecção moçambicana)
Deco. A confusão que me faz vê-lo com a camisola da selecção portuguesa. Uma vez que Deco nem sequer é culturalmente português, é um brasileiro com todos os vícios do terceiro mundo de onde provém, com todos os tiques de mercenário, serve apenas um senhor, o dinheiro. Mais: Deco está-se cagando para Portugal (peço desculpa pela expressão socialista usada na frase). É-lhe igual ao litro, e por dinheiro ele também jogaria pelo Sultanato do Brunei, pela ilha da Páscoa, ou por St. Kitts and Nevis.
Em suma: Deco é um bom jogador, mas prefiro ver a selecção perder do que ganhar com qualquer golo de um não-português. Em bom português: apenas isto.
Sem qualquer tipo de racismo ou outro ismo qualquer. Não gosto de ter 1 jogador estrangeiro na selecção portuguesa. O que (estrangeiros) não tem nada a ver com jogadores das nossas antigas províncias ultramarinas. Algo para que sempre estive mentalizado, foi exactamente o acabar desses jogadores na selecção nacional, uma vez que a distância temporal sobre a descolonização se alarga, e é de todo natural que eles joguem pelos seus países de origem. (como exemplo, Paíto, um jogador novo que joga pela selecção moçambicana)
Deco. A confusão que me faz vê-lo com a camisola da selecção portuguesa. Uma vez que Deco nem sequer é culturalmente português, é um brasileiro com todos os vícios do terceiro mundo de onde provém, com todos os tiques de mercenário, serve apenas um senhor, o dinheiro. Mais: Deco está-se cagando para Portugal (peço desculpa pela expressão socialista usada na frase). É-lhe igual ao litro, e por dinheiro ele também jogaria pelo Sultanato do Brunei, pela ilha da Páscoa, ou por St. Kitts and Nevis.
Em suma: Deco é um bom jogador, mas prefiro ver a selecção perder do que ganhar com qualquer golo de um não-português. Em bom português: apenas isto.
Tuesday, December 09, 2003
Alcântara, outra vez.
Mais um contributo para esta discussão, aqui.
Quanto a mim, continuo de momento sem querer acrescentar nada ao que já disse, apenas que já temos esta imagem:
Quanto a mim, continuo de momento sem querer acrescentar nada ao que já disse, apenas que já temos esta imagem:
Monday, December 08, 2003
Albert Speer no Terreiro do Paço.
Passei na sexta-feira passada pelo Terreiro do Paço, ao fim da tarde. Como fiquei parado num semáforo, dei por mim a observar as luzes de Natal, o que quer que isso seja. Sou completamente insuspeito: não faço a mais pálida ideia de quem idealiza, concebe, ordena, paga, monta, ou tem alguma ligação profissional com estes milhões de lâmpadas que pontilham na cidade nesta saison. Mas, subitamente, pasmo, incrédulo. Ponho a cabeça de fora da janela, e confirmo o que estou a ver. Alguém iluminado resolveu criar uma pirâmide luminosa com a largura da praça, encimando-a, partindo a luz de cada um dos 4 cantos. O resultado, esteticamente discutível, apenas me trouxe à memória a Catedral de Luz, idealizada por Speer para o Parteitag de 1936, em Nuremberga. E desconfio que não seja só a mim. Não podiam ter feito outra coisa qualquer com as lâmpadas?
Friday, December 05, 2003
+ 1 pouco de Alcântara.
Gostei que também o Gonçalo tivesse postado sobre as hipotéticas torres de Alcântara projectadas por Siza Vieira.
E porquê? Porque se travarmos esta discussão apenas entre arquitectos, entraremos mais tarde ou mais cedo num circuito circular, fechado. A pescadinha de rabo na boca. Porque entramos no ponto em que construção em altura, zonas históricas, Carta de Atenas, e tantos outros pontos deixam de ser debatidos com lógica e razão (se é que as há de facto) e passam a ser meras paixões pessoais, melhor ou pior defendidas, não interessa. É óbvio que bons argumentos rebatem maus (em questões objectivas), mas é também óbvio que as torres, ao serem construídas, não estarão lá apenas para arquitectos, mas sim para todos os cidadãos, sujeitos à apreciação de todos os cidadãos. Desde o dono da tasca da esquina, ao gerente da agência bancária, ao presidente do conselho de administração da construtora. E por isso, se para nós arquitectos esta pode ser uma discussão importante, para os restantes cidadãos deve ser uma discussão interessante. E na qual os interessados possam participar, independentemente da formação que têm. Mas também na qual possam participar porque percebem do que se trata, em vez de acharem que dado o teor da conversa (e aqui os arquitectos sabem bem ao que me refiro - a habitual crítica de arquitectura recheada de bullshit e vazia de conteúdo) esta é uma discussão fechada. Por isso gostei de ler o post do Gonçalo, em que vê as torres por um prisma diferente, mas muito complementar à discussão. Como nos últimos dias tenho feito especial questão de perguntar a aqueles com quem estou (desde que não sejam arquitectos) qual a sua opinião sobre as torres.
Porque os não-arquitectos são a maioria, mas raras vezes têm voto no que é feito nas suas cidades. E sendo óbvio que esta é uma discussão que mais possa interessar a arquitectos, o meu interesse vai exactamente no sentido dos cidadãos, dos habitantes, dos usufrutuários, do que eles pensam acerca das ditas torres em Alcântara.
É também por isso que gostava de ver outros blogs a darem a sua opinião, a explicarem o que acham, e porquê. Fica lançado o desafio, esta conversa não é só de arquitecto. (Peço desculpa ao Gang por alargar a discussão que em boa hora iniciaram, mas creio que aprovarão.)
E porquê? Porque se travarmos esta discussão apenas entre arquitectos, entraremos mais tarde ou mais cedo num circuito circular, fechado. A pescadinha de rabo na boca. Porque entramos no ponto em que construção em altura, zonas históricas, Carta de Atenas, e tantos outros pontos deixam de ser debatidos com lógica e razão (se é que as há de facto) e passam a ser meras paixões pessoais, melhor ou pior defendidas, não interessa. É óbvio que bons argumentos rebatem maus (em questões objectivas), mas é também óbvio que as torres, ao serem construídas, não estarão lá apenas para arquitectos, mas sim para todos os cidadãos, sujeitos à apreciação de todos os cidadãos. Desde o dono da tasca da esquina, ao gerente da agência bancária, ao presidente do conselho de administração da construtora. E por isso, se para nós arquitectos esta pode ser uma discussão importante, para os restantes cidadãos deve ser uma discussão interessante. E na qual os interessados possam participar, independentemente da formação que têm. Mas também na qual possam participar porque percebem do que se trata, em vez de acharem que dado o teor da conversa (e aqui os arquitectos sabem bem ao que me refiro - a habitual crítica de arquitectura recheada de bullshit e vazia de conteúdo) esta é uma discussão fechada. Por isso gostei de ler o post do Gonçalo, em que vê as torres por um prisma diferente, mas muito complementar à discussão. Como nos últimos dias tenho feito especial questão de perguntar a aqueles com quem estou (desde que não sejam arquitectos) qual a sua opinião sobre as torres.
Porque os não-arquitectos são a maioria, mas raras vezes têm voto no que é feito nas suas cidades. E sendo óbvio que esta é uma discussão que mais possa interessar a arquitectos, o meu interesse vai exactamente no sentido dos cidadãos, dos habitantes, dos usufrutuários, do que eles pensam acerca das ditas torres em Alcântara.
É também por isso que gostava de ver outros blogs a darem a sua opinião, a explicarem o que acham, e porquê. Fica lançado o desafio, esta conversa não é só de arquitecto. (Peço desculpa ao Gang por alargar a discussão que em boa hora iniciaram, mas creio que aprovarão.)
Wednesday, December 03, 2003
Fitness.
Gosto de supermercados; pequenas mercearias e grandes hipermercados.
Gosto sobretudo dos encontros fortuitos entre solteiros nos supermercados, da espreitadela esquiva ao carrinho de compras dos outros, da imaginação que se liberta em cada espreitador do carrinho do vizinho. Pelo carrinho de compras facilmente se percebe acerca do regime marital, da existência de crianças em casa, do divorciado nos congelados, dos casais que espalham o seu amor pelos corredores, seja o do café ou o das fraldas, da cara regalada de alguns homens na charcutaria, da voz enfastiada da chefe da caixa central central a chamar pela menina Lúcia da secção ménage à caixa 42, de como as senhoras da peixaria são quase sempre as mais simpáticas, de toda uma série de pequenos detalhes da vida quotidiana.
Acho mesmo igualmente interessante (excepto para a carteira) do ponto de vista sociológico, uma visita tanto ao Coop da Hauptbahnhof de Zürich como ao Minipreço da Rua de S. Bento. São momentos.
Ontem, num hipermercado, pude aperceber-me do grau psicótico a que chegou a relação das mulheres com os produtos dietéticos. Uma rapariga dos seus 28 anos, empurrava com leveza um carrinho carregado de cereais fittness, de leite magro, de produtos low cal. Ela era magrinha, bem feita, mas não estava feliz. Apeteceu-me oferecer-lhe um pote de mel, e dizer-lhe: Alegre-se, menina!
Gosto sobretudo dos encontros fortuitos entre solteiros nos supermercados, da espreitadela esquiva ao carrinho de compras dos outros, da imaginação que se liberta em cada espreitador do carrinho do vizinho. Pelo carrinho de compras facilmente se percebe acerca do regime marital, da existência de crianças em casa, do divorciado nos congelados, dos casais que espalham o seu amor pelos corredores, seja o do café ou o das fraldas, da cara regalada de alguns homens na charcutaria, da voz enfastiada da chefe da caixa central central a chamar pela menina Lúcia da secção ménage à caixa 42, de como as senhoras da peixaria são quase sempre as mais simpáticas, de toda uma série de pequenos detalhes da vida quotidiana.
Acho mesmo igualmente interessante (excepto para a carteira) do ponto de vista sociológico, uma visita tanto ao Coop da Hauptbahnhof de Zürich como ao Minipreço da Rua de S. Bento. São momentos.
Ontem, num hipermercado, pude aperceber-me do grau psicótico a que chegou a relação das mulheres com os produtos dietéticos. Uma rapariga dos seus 28 anos, empurrava com leveza um carrinho carregado de cereais fittness, de leite magro, de produtos low cal. Ela era magrinha, bem feita, mas não estava feliz. Apeteceu-me oferecer-lhe um pote de mel, e dizer-lhe: Alegre-se, menina!
Torres de Alcântara? Siza?
O Gang chama-nos hiperprodutivos, do norte, e pede para dizermos qualquer coisa sobre as Torres do Siza em Alcântara. Quanto à hiperprodução, obrigado; no que toca ao norte, para mais detalhes recomendo vivamente que consultem o meu post intitulado As Cidades, que está no arquivo deste Blog a 22 de Julho de 2003. É ligeiramente clarificador.
Qualquer coisa sobre as torres do Siza é que vai ser mais difícil. Só sei o que sei por 31 de boca, e é pouco. Não vi esquiços, fotografias de maquetes, muito menos qualquer desenho do projecto. Como não sou o Miguel Sousa Tavares, que sem querer falar de arquitectura escreveu uma crónica inteira no Público da última sexta-feira, pouco posso dizer. Digo que gostava de saber do que realmente se trata de uma forma credível (peço desculpa por não ter confiança na nossa imprensa); digo que as imobiliárias perceberam que este filão de pôr um gajo famoso a fazer o próximo condomínio é meio caminho andado para se fazer o que se quer onde se quer (se as torres projectadas para o Parque da Cidade do Porto não fossem de Souto Moura, é certo e sabido que não haveria nem metade da discussão, para a Imoloc Souto Moura foi um investimento para garantir a aprovação do projecto); digo que me parece estranho que Jean Nouvel pouco ao lado vá fazer algo low profile dentro do seu género, e seja Siza a projectar as torres; e digo a única frase que me ficou disto tudo e que nem sei se é verdade: “mais altas que o tabuleiro da ponte”. E isto já é dizer demais com conhecimento a menos.
Caro Gang e demais leitores, deixem chegar até mim alguma informação, e aí possivelmente mais direi.
Qualquer coisa sobre as torres do Siza é que vai ser mais difícil. Só sei o que sei por 31 de boca, e é pouco. Não vi esquiços, fotografias de maquetes, muito menos qualquer desenho do projecto. Como não sou o Miguel Sousa Tavares, que sem querer falar de arquitectura escreveu uma crónica inteira no Público da última sexta-feira, pouco posso dizer. Digo que gostava de saber do que realmente se trata de uma forma credível (peço desculpa por não ter confiança na nossa imprensa); digo que as imobiliárias perceberam que este filão de pôr um gajo famoso a fazer o próximo condomínio é meio caminho andado para se fazer o que se quer onde se quer (se as torres projectadas para o Parque da Cidade do Porto não fossem de Souto Moura, é certo e sabido que não haveria nem metade da discussão, para a Imoloc Souto Moura foi um investimento para garantir a aprovação do projecto); digo que me parece estranho que Jean Nouvel pouco ao lado vá fazer algo low profile dentro do seu género, e seja Siza a projectar as torres; e digo a única frase que me ficou disto tudo e que nem sei se é verdade: “mais altas que o tabuleiro da ponte”. E isto já é dizer demais com conhecimento a menos.
Caro Gang e demais leitores, deixem chegar até mim alguma informação, e aí possivelmente mais direi.
Mystic River.
Sobre a ida a Alvalade XXI, e estando preparado para um mau jogo, nada melhor que aproveitá-la para poder ver Mystic River, e poder experimentar as salas de cinema do Alvaláxia. Sempre se ganhava alguma coisinha. E ganhou. As salas são óptimas, qualidade acima de tudo. Se a discussão é entre as salas do Alvaláxia e as do Corte Inglês, achei as do Alvaláxia bastante melhores, em conforto, imagem, som, nos normais parâmetros de classificação. Esteticamente também gostei (atenção, só a zona dos cinemas e as salas, não confundir com a Alvaláxia), mas não me consigo lembrar da componente estética das do Corte Inglês, logo não as posso comparar - mas se eu gostasse muito por certo não me esquecia.
Passando ao que interessa, o filme é genial. O filme é genial. Ainda sobre o filme: é genial. E aquelas duas mulheres são bonitas a sério; mesmo com a cara cheia de lágrimas, uma mulher bonita é sempre uma mulher bonita, aos 20, 30, 40 ou 50. Mais, às vezes percebo que uma mulher é bonita quando lhe vejo a cara com lágrimas, os olhos brilhantes.
Não me apetece tecer aqui meia dúzia de frases sobre o conteúdo do filme, sobre a qualidade da realização, sobre o guarda-roupa, sobre a história. Sobre Clint Eastwood. Sobre a moral do filme, no filme, ou a ausência dela. Sobre a tristeza. Sobre o tanto que este filme nos pode dar que pensar. Não, eu não tenho autoridade ou conhecimento para escrever mais linhas do que estas sobre isso. Por isso, só me resta dizer: vejam Mystic River.
Passando ao que interessa, o filme é genial. O filme é genial. Ainda sobre o filme: é genial. E aquelas duas mulheres são bonitas a sério; mesmo com a cara cheia de lágrimas, uma mulher bonita é sempre uma mulher bonita, aos 20, 30, 40 ou 50. Mais, às vezes percebo que uma mulher é bonita quando lhe vejo a cara com lágrimas, os olhos brilhantes.
Não me apetece tecer aqui meia dúzia de frases sobre o conteúdo do filme, sobre a qualidade da realização, sobre o guarda-roupa, sobre a história. Sobre Clint Eastwood. Sobre a moral do filme, no filme, ou a ausência dela. Sobre a tristeza. Sobre o tanto que este filme nos pode dar que pensar. Não, eu não tenho autoridade ou conhecimento para escrever mais linhas do que estas sobre isso. Por isso, só me resta dizer: vejam Mystic River.
As coisas que um árbitro é ou Rir como uma criança.
Como poderão calcular pelo título do post, lá fui a Alvalade XXI. (Levava no bolso o lenço branco, pronto a agitá-lo com vontade, mas ainda não foi desta.) Em todo o caso, não é de futebol que quero falar aqui. Desta vez, acompanhei um Amigo e sentei-me numa bancada que não a minha habitual. O interessante disto tudo, foi poder escutar todo um leque de insultos diferentes daqueles a que estou habituado no meu lugar habitual. Insultos estes, que curiosamente, raríssimas vezes são dirigidos ao árbitro himself, mas antes a quem o trouxe à Terra. Senhores, como a língua portuguesa é rica! Como é poética! A Senhora Mãe do árbitro só é chamada de puta porque ele nasceu dela, ora então? Ou o mais pobrezinho nasceste na rua, já para não falar do não sabes quem é o teu Pai. Ao fim e ao cabo, são 90 minutos do melhor e mais elaborado vernáculo português, só acessíveis a quem está nas bancadas. Chega a haver, pasme-se, arcaicísmos, entre ricas metáforas e outras figuras de estilo. Mas o que eu queria mesmo destacar, pude ouvir vindo da minha fila, a poucos metros de mim. Numa chuva de insultos graças a uma asneirada da grossa, eis que um digno espectador presenteia o árbitro com este filosofal: Filho de um saco cheio de cabrões!!! Eu, confesso, nunca tal tinha ouvido em 26 anos de vida. E, no meio daquela gritaria e confusão, mais não consegui fazer do que rir com vontade. Rir, como ria em criança quando escutava o que já sabia que não se devia dizer. Rir, como ri uma criança quando sabe que é disparate. Afinal, o futebol, mesmo sendo mau, ainda é uma festa.
Let’s post!
Eis que finalmente encontro um tempo para postar o que havia olvidado dos últimos dias, os tais de turismo pela vida. Não se apoqüentem, o quotidiano não tem sido profícuo, e o que se segue são apenas coisas.
Tuesday, December 02, 2003
Pois. (post imcom-pleto)
A única coisa que me apetece dizer neste momento, e em exclusivo para este Blog, é: porra! Sobretudo para a blogspot que esteve avariada todo o dia. Pronto, já passou.
Tinha variadíssimas coisas a acrescentar aqui, luzes que se acenderam durante o último fim de semana, outras que não deixei que se apagassem, e ainda outras que se me apagaram nas mãos (provavelmente velas à míngua de cera)!
Enfim, turismo pela vida, ou o que isso for, pode por vezes ser uma sensação que fique de um fim de semana comprido como o último. Como a pasta dos dentes, fica na boca. Que sentido fará tudo isto? - pergunta. Pouco - resposta.
Bem, vou-me embora. Amanhã tentarei completar este post. Adeus, até ao meu regresso.
Tinha variadíssimas coisas a acrescentar aqui, luzes que se acenderam durante o último fim de semana, outras que não deixei que se apagassem, e ainda outras que se me apagaram nas mãos (provavelmente velas à míngua de cera)!
Enfim, turismo pela vida, ou o que isso for, pode por vezes ser uma sensação que fique de um fim de semana comprido como o último. Como a pasta dos dentes, fica na boca. Que sentido fará tudo isto? - pergunta. Pouco - resposta.
Bem, vou-me embora. Amanhã tentarei completar este post. Adeus, até ao meu regresso.